Abdul Halim
al-Attar foi ajudado por campanha de crowdfunding e virou empreendedor no Líbano
Desde 2011, a Síria enfrenta uma guerra civil entre
apoiadores do presidente do país, Bashar al-Assad, e opositores. Além disso, o
Estado Islâmico controla a maior parte do território e combate tanto a situação
quanto a oposição. Frente a esse cenário, muitos sírios estão deixando o país.
Um deles é Abdul Halim al-Attar, 33 anos, que viu sua vida mudar em questão de meses.
Em
agosto, Attar, junto com sua esposa e dois filhos, conseguiu atravessar a
fronteira síria e chegou ao vizinho Líbano. Sem conseguir trabalho, começou a
vender canetas nos semáforos da capital libanesa, Beirute. Frequentemente,
vendia seus produtos carregando Reem, sua filha de quatro anos, no colo.
A
vida de Attar mudou assim que um usuário do Twitter postou fotos suas vendendo
as canetas. Após mais de 2 mil compartilhamentos, as imagens chegaram a Gissur
Simonarson, um jornalista norueguês. Sensibilizado com a história do refugiado,
Simonarson lançou uma campanha de crowdfunding no site Indiegogo.
A
meta inicial do norueguês era arrecadar US$ 5 mil para Attar. Mas a campanha
superou, e muito, seu objetivo inicial: o valor arrecadado foi de US$ 191 mil.
Desse total, US$ 20 mil foram usados para pagar uma comissão ao Indiegogo e
para tarifas bancárias.
Receber
o dinheiro vem sendo uma tarefa árdua. Como o banco parceiro do serviço de
crowdfunding não opera no Líbano, Attar vem recebendo o dinheiro aos poucos,
com a ajuda de amigos que fazem os saques nos Emirados Árabes Unidos e levam o
dinheiro para ele. Até agora, o refugiado recebeu somente 40% do valor que
ganhou (US$ 68,4 mil).
Mesmo
assim, Attar não perdeu tempo. Assim que o dinheiro começou a chegar, há dois
meses, Attar aproveitou sua experiência na fabricação de doces – ele trabalhou
por algum tempo em uma fábrica de chocolates na Síria – e abriu uma
confeitaria. Em seguida, inaugurou uma casa de kebabs e um restaurante.
Atualmente, emprega outros 16 refugiados sírios.
Em entrevista à
Associated Press, Attar afirmou estar muito feliz com seu destino. "Sei
que tenho que investir meu dinheiro, pois senão posso perdê-lo. Com as três
empresas, não só minha vida mudou, mas a dos meus filhos e a das pessoas que
ajudei."
Fonte: http://revistapegn.globo.com/Dia-a-dia/noticia/2015/12/refugiado-que-vendia-canetas-na-rua-ha-4-meses-ja-tem-3-negocios.html
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